23/10/2009

A RECENTE BARAFUNDA, COM O COLÉGIO MILITAR...

Sobre esta barafunda, apraz-me dizer que inevitavelmente, aquela instituição será mais um bode expiatório deste sistema podre. Não que não estejamos já habituados às casualidades e devaneios de gente com poder, e de tudo o que se passa nas instituições a cargo do estado, até parece de propósito. Quem realmente lucrará com a extinção de tal instituição? Que lobbies estarão por detrás de tamanha manobra? Eu, depois de receber o e-mail abaixo transcrito, acho de uma falta de respeito o que estão a fazer os mídia, quer à instituição, quer aos alunos e suas famílias.

@Fernando Marques
Pulseira Electrónica

O dito e-mail, dirigido a um deputado da nossa AR, que comentou de forma menos própria, este caso num canal de televisão nacional:

Exmo Senhor Deputado,
Sou mãe de um aluno que frequenta o Colégio Militar há 4 anos, para onde foi depois de uma experiência de um ano numa escola pública em que era maltratado fisica e psicologicamente por colegas e ignorado por professores, tendo perdido o ano com cinco negativas e apoio psicológico. No ano seguinte, já no Colégio Militar, ficou no quadro de honra com média de 14,5 e, decorridos 4 anos, adora o Colégio e está "de rastos" com o que tem sido dito na comunicação social.
Assim, uma vez que ouvi as suas declarações na RTPN, não posso deixar de manifestar a minha opinião sobre as mesmas.
Compreendo as motivações profissionais do Dr. Garcia Pereira no assunto, mas confesso que tenho alguma dificuldade em perceber o empenho do BE em geral e de V. Exa. em particular na condenação de um Colégio, que pode ter regras que não são compatíveis com a V/ visão do ensino, pode ser criticado nalguns aspectos, mas que não merece a campanha persecutória e sistemática que lhe tem sido movida.
Não pretendo desculpabilizar actos que só aos tribunais compete avaliar e, se for o caso, condenar.
Parece-me, porém, que não cabe a V. Exa., nem a qualquer partido político, condenar uma instituição de ensino da forma exarcebada e degradante como o têm feito e, com isso, rebaixar todos os alunos que a frequentam e que ficam desestabilizados com todo o circo mediático que isso gera. Especialmente quando V. Exas não têm conhecimento - nem procuram conhecer - todos os lados da questão. Talvez devessem informar-se porque razão os pais de 400 alunos defendem o Colégio e porque é que a mãe de dois dos alunos queixosos, ao que soube, mantém os filhos no Colégio!
Como mãe e cidadâ não aceito uma tomada de posição desta força e dimensão por parte de membros da Assembleia da República quando não vi - nem vejo - o mesmo empenho, igual indignação e o pedido de urgente condenação (como hoje V. Exa tão veementemente manifestou) com os graves problemas com que o Estado de Direito se debate e a vergonha que foi e continua ser o processo de pedofilia da Casa Pia. Talvez os meninos pobres e desprotegidos desta instituição, cujo processo não mereceu da PGR a consideração de "violência escolar" que justifica a celeridade do processo dos alunos do CM, não constituam para V. Exas. uma causa com que se identifiquem por não permitir o ataque a instituições da estrutura (militares ou outras).
Permita-me um conselho final: a próxima vez que V. Exa falar publicamente do Colégio Militar será importante investigar antes sobre se não estarão em causa eventuais interesses no fecho de um Colégio com 19 hectares no centro da capital, que, a existirem, V/ Exa e o partido que representa estarão inadvertimente a ajudar.
Com os melhores cumprimentos,
Isabel Dias

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