04/03/2010

Liberdade de Expressão ou Ordinarice?

Ontem, vimos a Manuela Moura Guedes chegar à comissão de investigação parlamentar sobre o «caso Sócrates» na sua fiel expressão de prostituta e com vestimenta a condizer. Talvez não o seja, mas a imitação é perfeita, até quando se esforça em fingir cara de santa.

Dum modo completamente alheio ao Sócrates ser ou não culpado de tudo ou de pouco do que o acusam, verdade ou mentira, e ainda que seja muito mais do que o acusam, há considerações a fazer que a jornaleirada tem óbvia e interesseiramente escamoteado. Afinal, como de seu costume, na sua maioria não passam do bando de desinformadores, classificação que adquiriram devido ao seu profisionalismo e cumprimento do dever. Não esquecer que se os portugueses são um povo desinformado e ignorante a eles o devem principalmente.

Não se confunda a ética jornalística com a culpabilidade ou não de quem quer que seja de quem ela escarneça e achincalhe ordinariamente, como de evidência é de seu carácter. O jornalismo está sujeito às mesmas regras de princípios e deveres democráticos que qualquer um ou qualquer profissão sem excepção. Um desses mais importantes princípios e o mais desprezado em Portugal é precisamente o dos deveres, pois que sem que ele seja cumprido não pode existir democracia. Vê-se que Portugal não pode ser uma democracia por raros o cumprirem, a começar pelos políticos corruptos na sua roubalheira e abuso, admitidos por uma população que os tolera precisamente por falta de civismo geral e de cultura democrática.

A Manuela MG é e sempre foi uma má profissional e uma ordinária. Não é novidade, que já os seus antigos chefes o diziam. A liberdade de expressão não inclui liberdade de se ser ordinário. Para quem pense que democracia é liberdade total para toda e qualquer barbaridade, não pretenda ignorar que a Inglaterra, a mais antiga democracia dos tempos modernos jamais permitiria tal pseudo liberdade de expresssão. Esse comportamento só pode agradar a quem com com a Manuela partilhe as mesmas qualidades ou semelhantes. Facto aliás bem justificado pela ampla audição do seu ex-noticiário e pela falta de civismo, de cultura (incluindo a democrática) e de qualidades morais dos portugueses de hoje em geral. Outro exemplo recente e conhecido de que se deixam levar em histórias falsas (mentecaptos) é o da grande popularidade da ministra da saúde com as suas patranhas sobre a gripe dos porcos. Quanto mais mentem e mais falsidades contam, mais os mentecaptos neles acreditam.

Todos sabemos que a SIC é independente e sob a égide de um militante do defunto PPD, mas que é um homem digno e que a sua estação sempre apresentou as mesmas notícias civilizada e educadamente, sem abusos, coisa que a MMG era incapaz devido à sua ordinarice visceral. De notar ainda que a TVI nem tinha um conselho de redacção como previsto pelo regulamento.

Os seus pares do defunto programa Clube de Jornalistas, na RTP2, convidaram-na a elucidar o caso, mas ela recusou-se a aparecer. Ela era livre de não querer ir, mas nós também o somos para deduzir o porquê.

Não foi a primeira vez. Já anteriormente, ela e o José Moniz se recusaram a comparecer a um debate sobre um outro caso de ética específica por a estação violar regras de informação, em 23 de Novembro de 2000, convocado pelo Conselho de Deontologia do Sindicato de Jornalistas. Porquê? Sempre os mesmos? Esse debate com mais de 150 pessoas e sob a égide do presidente da Direcção do Sindicato dos Jornalistas(SJ), Alfredo Maia, condenou a ética da TVI.

Em 7-10-2009 iniciou-se o julgamento de 20 jornalistas por, em Oeiras, por violação do segredo de justiça. Note-se que o segredo de justiça fora da investigação é uma aberração defendido pela corrupção e para esconder a incompetência e erros dos tribunais, mas lá estavam os mesmos dois no banco dos réus.

Com tantos casos a virem à superfície, deve imaginar-se o tamanho do iceberg. Todavia a jornaleirada ignóbila, encobre desonestamente, como é seu uso e costume.

Como o director do Jornal de Notícias afirmou recentemente na mesma comissão parlamentar sobre o assunto, de algum modo se deve dar ouvidos e considerar o comunicado da posição do Conselho de Ética do Sindicato de Jornalistas face ao seu Jornal da 6ª feira, que a condenou. Por motivos semelhantes disse, ele não publicou uma historieta do Mário Crespo por, segundo ele, se tratar de coscuvilhice sem apoio de investigação jornalística.

O director também revelou que Rui Rio, o pulha que quer matar os pobres da sua cidade – a deduzir pelas suas afirmações durante as últimas eleições, que provocaram alguma revolta e tentativas de agressão pela parte dos lesados –, por três vezes tinha tentado remover a direcção do jornal por não apreciar as verdades que este publicava a seu respeito, ainda que num estilo que em nada se poderia relacionar com o da Manuela. Ao facto não foi dada a mínima importância nem suscitou qualquer reacção. Dois casos duas medidas, o que condiz perfeitamente com a mentalidade nacional.


Vejam-se alguns factos sobre o assunto, os quais, mesmo que poucos, se revelam de valor pelo seu fundamento.

http://dn.sapo.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1247443&especial=Manuela%20Moura%20Guedes&seccao=TV%20e%20MEDIA

http://chaparralblog.wordpress.com/2009/05/24/marinho-pinto-ataca-manuela-moura-guedes-no-jornal-nacional-da-tvi/

http://www.joaocustodio.net/2008/11/que-alguem-lhe-de-um-codigo-deontologico-rapido/

http://www.publico.pt/Sociedade/conselho-deontologico-considera-reprovavel-desempenho-de-manuela-moura-guedes-no-jornal-nacional_1383911

http://www.oribatejo.pt/2009/09/tvi-a-minha-leitura/

E a não esquecer mais este documento acima mencionado:
www.jornalistas.eu/getfile.asp?tb=FICHEIROS&id=493

Outros artigos também publicados nos blogs do autor (1 e 2).

2 comentários:

Pulseira Electrónica disse...

Caro amigo Mentiroso, de facto vivemos sob a égide dos grandes lobbies, sejam eles a Justiça, da comunicação Social ou da medicina e Farmácias, seja do que for, é o tempo dos lobbies, dos grandes grupos económicos fazerem e desfazerem a seu belo prazer...

Teremos sem dúvida grandes desafios, grandes batalhas a travar, se seremos eficazes, não importa, o que importa é lutar.

Abraços fraternos, de

@Pulseira Electrónica
Fernando Marques

Mentiroso disse...

Pois é, mas os países democráticos sempre conseguiram arrancar esses espinhos, o que acontece por cá. Para manterem a limpeza esses países continuam vigilantes.

O pior é que esses jornaleiros energúmenos sé desinformam (literalmente) a população. Chegámos a um ponto de ignorância em que até se podem inventar as histórias que se quiser, que como poucos conhecem um pouco, tudo passa. A última é um e-mail que circula por aí a dizer que a Noruega só tem 200Km de auto-estradas. Inacreditável!

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