19/07/2010

Discurso Vazio dum Sonso Vigarista

Pedro Coelho tem vindo progressivamente a mostrar o que é, e o que mostra não é bom a população nem para o país. É declaradamente sonso porque esconde maliciosamente as suas intenções que noutras alturas declarou bem alto. Só diz o que convém para enganar a população com uma perversidade canalha dificilmente ultrapassada.

O seu discurso de Sábado foi uma autêntica tentativa de lavagem cerebral aos desmiolados que caiem no seu logro. Palavreado vazio que, analisado, se comprova ser um churro de mentiras contrárias aos interesses gerais. Lembremos algumas das suas frases.

A Constituição não pode ficar cristalizada. Quer este idiota malandro dizer que nas democracias mais conhecidas as constituições são frequentemente revistas ou substituídas? Mentira! Para isto temos dois exemplos do contrário entre os mais conhecidos. As constituições dos EUA e da Suíça (esta, de 1874, foi substituída em 1999) duram ou duraram muito mais que um século. Por isso, o aldrabão que vá pregar para um manicómio ou para a selva. No primeiro, talvez se faça acreditar; no segundo, não há ninguém para enrolar.

Afirmou o impostor que se devia proceder a uma revisão constitucional para reforçar os poderes do Presidente da República de modo a tornar possível uma demissão do Governo sem recurso a eleições, cabendo ao parlamento apresentar um novo executivo. Mais uma facada contra uma democracia já inexistente? O que pretendemos é uma Democracia Directa, onde o povo controle os políticos para acabar com o regabofe existente e isto é um aberto passo para trás. O aborto escondeu.

«Acusou ainda o PS de estabelecer políticas que ameaçam o Estado social», segundo o Público. Será uma anedota? Então o neoliberal quer acabar com os serviços de saúde e de segurança social como são, não para copiar o que fazem os países democraticamente avançados, mas para oficializar um para ricos e outro para pobres e tira este coelho da cartola? Metam mas é o Coelho na toca. Que tristeza os políticos tomarem os portugueses por tão estúpidos a ponto de largarem destas. Mais triste ainda, porém, é que resulta por a maioria da população ser completamente desmiolada e incapaz de pensar com a sua própria mioleira atrofiada.

«Não vale o PS e o Governo virem com o papão de que o PSD quer acabar com o Estado Social. Todos sabemos que a grande ameaça ao Estado Social são as políticas do PS. Foram 15 anos de políticas socialistas que conduziram o desemprego estrutural do país de cinco para mais de 10 por cento.»

É, o Partido Socialista é indigno, certo, mas não desse modo. O vigarista do Sócrates é outro neoliberal que não corrigiu os erros da segurança social nem da saúde. As reformas douradas continuam, assim como continuamos a ter o único sistema de saúde europeu que é uma imitação fraudulenta dum serviço universal para todos, como existe nos países democráticos. Não corrigiu nenhum destes erros; um criminoso que deviam passar a fio de espada. Conseguiu ser o segundo pior primeiro-ministro logo a seguir ao pai da nossa desgraça. Só há casos destes. Não se diga que isto é uma democracia, só na boca dos que se servem do engano para roubarem impunemente.

No entanto, o aumento do desemprego era tão previsível como a falta de médicos. Como estes levam anos a formar-se, a sua falta só poderia ter começado a ser sentida – agravando-se então progressivamente – algum tempo após a sua formação, o que aconteceu com a redução de vagas para medicina pelo assassino Cavaco, que assim tem matado tanta gente. Foi idêntico com o desemprego, mas não só. O roubo e extravio dos fundos de coesão da UE destinados à preparação do país, dos dirigentes de empresas e correspondente pessoal, deixaram o país desprovido para o seu futuro, para a concorrência e improdutivo. Assim, o desemprego que o Coelho mencionou e a restante desgraça e miséria nacionais, tal como com a falta de médicos, eram todos bem previsíveis. O canalha do sonso, escondeu.

A sua proposta de reduzir os ordenados (sem abranger todos os ganhos) dos políticos em 5% foi um enorme gozo e afronta a toda a população. É assim que quer cortar nas despesas do estado? Então e as outras despesas, como os automóveis os mobiliários completos, os cartões de crédito, as exageradas ajudas de custos, as viagens, os pagamentos aos que passaram a viver em Lisboa e recebem ajudas para se deslocarem desde os seus ex-domicílios agora inexistentes, os ordenados fabulosos, as reformas ainda mais fabulosas com meia dúzia de anos de serviço ou menos? De que fala este animal?

«O PS não tem a maioria absoluta porque os portugueses não lha quiseram dar.» Daqui se deduz também o inverso, ou seja, por que o PSD nem o nível baixo do PS conseguiu atingir.

«A nossa obrigação é construir uma alternativa… mudar o país se as pessoas se convencerem que a mudança é boa.» Ah sim? E não diz como, pois já afirmou querer formar classes de ricos e pobres com direitos e regalias distintos? Será possível ser-se mais falso? Fácil de passar quando a própria população, nas suas conversas e no que escreve, admite a existência de classes, nomeando-as. Ou seja, o seu subconsciente sabe que a democracia neste país não existe, pois que havendo classes não pode haver democracia: ou uma ou outra, pois que na prática uma impede impreterivelmente a existência da outra.

O PSD desmantela-se com a raiva, a ganância, a inveja e outras qualidades aliás bem nacionais quando não está no governo. Abandonando tudo o que já foi, é hoje o partido da podridão, é um novo partido 100% neoliberal, facto que esconde com extrema falsidade. Dada a importância indevidamente herdada do seu passado diferente, é a maior desgraça para a nação.

De não esquecer que o PSD também tem o seu historial governamental cheio de corrupção, de corruptos e de tachos. Pretendem agora fazer esquecer tantos nomes tão conhecidos pelos seus roubos e corrupção, como Dias Loureiro, Rui Machete (BPN), Paulo Teixeira Pinto (BCP), Ferreira do Amaral, José Silveira Godinho (Banco de Portugal e BES), Eurico Melo, Fernando Nogueira, José de Oliveira e Costa (BPN), Cardoso Cunha, Hernâni Lopes, João de Deus Pinheiro (BPP), Celeste Cardona (CGD) e tantos outros tão bem recompensados com tachos pela sua mestria no roubo e na desgraça do país.

Corrupção! Cunhas! Gamanço!


Conclusão horripilante

A distância a que estamos duma democracia é tão grande quanto o significa a impossibilidade de governar o país sem maioria. As qualidades dos políticos, enunciadas no parágrafo anterior, são específicas do PSD, mas abrangem todos os políticos de todos os partidos em menor proporção. Enquanto não for possível formar governos de acordo com os resultados eleitorais, os governos são ilegais por não poderem representar a os votos obtidos.

Os políticos e governantes têm que prestar contas em tudo e ser controlados pelo povo, que deve ser soberano, ou então não há democracia. Controlo apertado com Democracia Directa é a única solução para a pouca vergonha nacional. Rédea curta!


Este e outros artigos também publicados nos blogs do autor (1 e 2).


3 comentários:

Unknown disse...

São todos iguais e Pedro P Coelho não foge à regra.
Está mais do que evidente que cada partido luta pelo seu taxo..........
O povo e o bem comum qualquer maluco tratará melhor que eles.

A. João Soares disse...

Um ponto de vista exaustivamente explicado, A mudança de figurantes só se traduz na substituição dos boys, nos inúmeros tachos que têm vindo a ser criados. Com a agravante que os que entram começam logo a chupar na teta do Estado enquanto os que saem recebem gordas indemnizações por serem despedidos!!!
Tal não aconteceria se tivessem sido contratados na sequência de concurso público.
Perdem tempo a discitoior o campeonato da conquista do poder, isto é, da fonte de enriquecimento, em vez de falarem cuidadosa e honestamente da organização do Estado que não convém ser tão gordo com tantas chafaricas para boys, convém simplificar a vida nacional desburocratizando, deixar de ter a pretensão de tudo controlar, deixando de ter os carros mais modernos e caros que aparecem no mercado, etc. etc.

Um abraço
João
Do Miradouro

Mentiroso disse...

Caros amigos,

A conclusão a tirar é que pouco interessam os discursos de marketing dos políticos, sejam eles quais forem. O que importa são as suas ideias reais, aquelas que eles tentam propagar quando não estão com o faro no rasto do tacho.

Ou tomamos conta deles ou eles continuam a tomar conta de nós do modo que já tão bem conhecemos por experiência.

É esta a verdadeira alternativa.

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